O último suspiro

O céu em Lisboa está marrom com a poeira vinda do Saara

O ar me falta e sinto que é o fim

Por fim, a vida foi curta demais para mim

Por vezes dolorosa como uma ferida que não sara

Então é só isso? Me pergunto. 

Ela disse que o amor era só uma paixão 

Paixão que passou como um segundo... 

Sucinta, como minha passagem pelo mundo! 

No meu último suspiro sinto dor e alívio 

Nunca mais irei sofrer por alguém 

Sofrimento não mais verei pois meu olhar já não é vivo. 

Mesmo o daqueles poucos que por mim choram também 

Então eu aceito... 

Pois, o que há de se fazer? 

Adormeço... 

Tudo à escurecer. 

-John Costa

 

LIBRAS

Quando se tem uma necessidade... 

Faz-se útil a vontade:

De entender quem precisa ser entendido 

De ajudar o oprimido que não pode ser ouvido! 

Somos privilegiados de poder ajudar 

Aqueles que precisam tanto se expressar 

O silêncio é lindo quando a expressão sabe dizer... 

E com o teu silêncio você também pode aprender. 

-John Costa, meados de 2012.

 

Pinheiros

Sempre gostei de pinheiros... 

Desde criança sempre os achei bonitos e imponentes

Os via pela televisão em lugares onde passam nevoeiros

Contra o tempo rigoroso sempre ali : Resistentes!

Sempre sonhei em morar na Europa e perto deles estar

Descobri que os pinheiros de forma natural não permitem que outras árvores cresçam perto de si

Como um exército de árvores à todo o solo conquistar

E como uma árvore de outra espécie me sinto aqui.

Sentado embaixo de um pinheiro

Escrevendo o poema sorrateiro

Como a grama que não cresce muito

Talvez meu destino aqui seja curto

Ou talvez eu me torne grande...

Grande como um pinheiro! 

-John Costa 

 Diva

A bela canta e sua voz me paralisa

Como um professor de arte apreciando a Monalisa

Me aproximo pois sempre sou o que arrisca

Agora em todo canto só sinto a tua brisa...

Agora do outro lado do oceano estou

Agora não sei ao certo o que restou

Do antigo eu que o avião levou

Para uma nova vida, aqui estou

Mas aquela diva, que conheci em Floripa

O meu sono tira e ao mesmo tempo me motiva

Aquela diva... De presença ostensiva

Aquela diva...

De beleza oriental

Beleza brasileira, já que no Brasil tudo é miscigenado e igual

Me faz querer estar de volta...

De volta à minha terra natal.

Para apenas provar do teu abraço

Pra estreitar o nosso laço

Que atravessa o atlântico

Para amarrar o nosso traço romântico...

Diva que me inspira a continuar

Diva, mulher linda a cantar

Diva... Estou a lhe admirar...

Minha diva... Que está a me encantar! 

-John Costa, Portugal, janeiro de 2022.

 

Brisas Alternantes de Outono

Eles podem falar sobre capitalismo

Eles podem discutir sobre socialismo

Enquanto isso, temos a Joaquina

Transcendendo a neblina...

 

Num por do sol e nascer do sol épico

Deixando-me um tanto  perplexo

Distante das discussões sem nexo

Num paradigma desconexo

 

A água canta e grita nos mostrando

A verdadeira natureza se filtrando

Num filtro de emoções em Santa Catarina

Apreciar a natureza é a nossa sina

 

Amanhecer com pessoas lindas

Esquecer-se do que é ruim

Amanhecer com ondas finas

Numa alegria sem fim

 

Brisas alternantes de outono...

Sol e Lua: Nenhum abandono!

Coringa e Arlequina? Cortina de neblina...

Um amanhecer na praia da Joaquina...

Garota Diazepam

Existe muito de mim em você

E pouco de você em mim

Apesar de você não admitir

E de o placebo não assumir 

Garota Diazepam, destruindo corações 

Garota Diazepam, distorcendo as canções 

Garota Diazepam, entorpecendo multidões. 

O seu suingue brasileiro excitando 

Meu desejo 

Teu corpo gostoso transpirando com meu beijo 

Diga um "a" e por você eu rastejo 

Garota Diazepam... Me repouso em teu seio. 

Garota Diazepam, forte como um soco

Garota Diazepam, rápida como um sopro

Garota Diazepam, contém todo nervoso

Garota Diazepam, de você quero distância

Não me envolva em tua dança

De inércia e mal querer

Garota Diazepam... Sempre à me entorpecer!

-John Costa 

Joaquina, a praia

Em tuas dunas deleito-me, Joaquina
Nas tuas águas me banho apreciando o  céu
Eu que não sou Emanuel..
Mas apaixonei-me por essa praia manezinha.

Nem tudo na vida são flores
Mas como é bom ter essa praia como vizinha!
Assim alívio minhas dores
Ah, como é bom ter você,
Joaquina!

Joaca, quero estar perto de ti.
Eu não pedi, mas o destino me trouxe aqui
E agora lá fora não quero ir
E agora se ir embora nunca mais vou sorrir.
Joaquina, a perfeição da natureza
Orgulho do Brasil e de sua beleza!
Olhando para tu nunca verei tristeza, Joaquina...
Ah, Joaquina... A tua luz me ilumina.

-John Costa